O MONTE DE VEZ

Quadra a comemorar a inauguração
 do abrigo no cimo do monte.
O Monte de Vez fica situado na parte nordeste do Maciço de Sicó, a cerca de seis quilómetros, por estrada, da vila de Penela. Visto a alguma distância, parece mais um um conjunto de pequenos montes, em redor da elevação principal, mas o que salta imediatamente a vista são as torres eólicas que ali foram erguidas recentemente. O investimento que nos últimos anos tem sido feito para a produção de energia através da força do vento não tem poupado os locais elevados e onde houver espaço suficiente para o funcionamento de alguns geradores eólicos, o terreno é logo aproveitado para esse fim. No Monte de Vez foram implantadas oito torres, mas não muito longe dali, numa outra elevação para os lados de Ansião há um parque, onde já estive que tem apenas três geradores. O acesso ao local mais alto do monte, onde está o parque eólico é feito pela aldeia de S. Sebastião, por uma estrada de terra, onde recentemente circularam grandes camiões, transportando os materiais para a construção do parque eólico e por isso, logicamente, transitável para qualquer tipo de veículo.

A algumas centenas de metros antes da chegada ao cimo do monte, começa a avistar-se um moinho de vento com a estrutura em madeira, igual a muitos outros que se encontram espalhados pelas zonas altas da região, moinhos muito antigos de sistema giratório, onde toda a estrutura, assente em duas rodas, normalmente de pedra, gira em torno de um eixo apoiado no solo e roda num circulo também construído em pedra. Este moinho foi recuperado ao abrigo do programa de iniciativa comunitária “Leader”.

A capela, o moinho de vento e o abrigo, vendo-se também um gerador eólico.
Muito perto do moinho encontra-se, de um lado, a Capela da Senhora do Monte e do outro uma construção destinada a abrigo e também ao apoio às festas e convívios que ali se realizam.

A estrada continua pelo cume do monte, passando junto das torres eólicas e do edifício de subestação, até chegar junto a um posto de vigia de incêndios, uma torre construída em pedra, um pouco tosca e um tanto invulgar, quando comparada com outros postos de vigia que se encontram, por exemplo, na Serra da Lousã. A estrada, antes da construção do parque eólico terminava aqui, rodeando a torre, mas agora ainda continua durante mais alguns metros até junto do último gerador, mas a partir daqui não há saída e para visitar outras partes do monte tem que se voltar para trás, pelo caminho antes percorrido.

Torre de vigia.
Um outro ponto com interesse situa-se para sul, numa elevação de terreno, que tem a separá-la do monte mais alto, um desfiladeiro que não permite a existência de qualquer caminho, devido às encostas abruptas, sendo necessário para lá chegar, enveredar por uma estrada em terra que se inicia próximo da povoação de Taliscas, junto ao IC3.

Neste local encontra-se outro moinho de vento, que também foi reconstruído, mas ali perto há vestígios da existência de pelo menos mais um, visível pelos círculos de pedra, apesar de estar meio escondido pela vegetação. A paisagem desta parte do monte está bastante desfigurada pelos postes e fios de electricidade que por ali passam, bastante desagradáveis à vista, uma poluição visual que interfere com a beleza natural da zona mas que é, infelizmente, habitual em locais idênticos.

O outro moinho de vento, dando para ver, em fundo, os postes metálicos de electricidade que afectam a paisagem.
O Monte de Vez tem outros pontos de interesse, esses menos visíveis, pois não estão à superfície da terra, trata-se de grutas, mas pelo que sei não são visitadas, pois não estão abertas ao público e têm estado a ser exploradas por pessoal especializado em Espeologia. Duas dessas grutas têm a sua entrada junto à pequena povoação de Algarinho, bem no sopé do monte e são denominadas por Gruta da Nascente do Algarinho e Gruta Talismã ou Soprador do Carvalho. Estive junto desta última, que se encontra protegida por uma construção em blocos de cimento com uma porta de ferro que se encontrava apenas encostada e ainda espreitei lá para dentro, mas só isso foi suficiente para me assustar, quanto mais lá entrar! Esta gruta deverá ter ligação à nascente do rio Dueça e é a mais extensa do maciço de Sicó e, eventualmente, uma das maiores do país.

A entrada para a Gruta Talismã, também designada por Soprador do Carvalho.
Nas encostas sul do Monte de Vez está instalada uma pedreira, o que não é para admirar, dada a abundância de rochas calcárias e ali perto encontram-se outra elevações de terreno, bastante interessantes sob o ponto de vista histórico, como o Monte de Ateanha, o Germanelo, o Jerumelo, ou o Monte de Trás de Figueiró (já falei no blogue dos três últimos) todos eles de formação calcária bem visível em muitos afloramentos rochosos.

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