NAVIOS DE PROPULSÃO EÓLICA

A força do vento é utilizada desde tempos imemoriais para fazer mover navios. Tradicionalmente essa locomoção é feita através das velas de pano que, desfraldadas nos mastros, enfunam com o vento que assim empurra a embarcação na direcção do seu sopro ou até em direcção quase oposta, graças às chamadas velas latinas.

Com o passar dos anos a navegação à vela foi dando lugar (mas não totalmente) à navegação mecânica, como aconteceu, de resto, com outros meios de propulsão eólica, como os moinhos de moagem de cereais, de elevação de águas e outros.

No entanto, nas últimas décadas tem-se assistido a um aparecimento constante de novas formas de utilizar o vento, o que faz todo o sentido já que se trata de uma fonte de energia inesgotável. A força do vento é agora, em grande parte, utilizada para a produção de energia eléctrica através de turbinas instaladas em grande torres que têm sido colocadas, estrategicamente, em sítios com boa predominância de ventos. Em Portugal têm sido implantadas em locais de elevada altitude, normalmente em serras, mas há países que construíram parques eólicos no mar.

OS NEVEIROS DO COENTRAL

É nesta montanha que se situam os poços de neve do Coentral.
A História de um país não se faz só com conquistas, descobrimentos e grandes feitos militares, mas também com a coragem e espírito de sacrifício de todo um povo na luta do dia-a-dia, pela sobrevivência, em condições de extrema dureza.

CONSTRUIR A PRÓPRIA CASA - O levantamento de paredes

O sector da construção civil foi um dos maiores motores do desenvolvimento do país no período pós 25 de Abril. Talvez se tenha investido em demasia nessa área sem ter a conta a verdadeira dimensão nacional e hoje estamos a pagar por isso uma pesada factura. Ao redor desta área tão importante gravitam muitas indústrias e empresas com actividades muito diversas, geradoras de riqueza e trabalho, mas que dela dependem e que só sobrevivem enquanto ela própria sobreviver também.

Tudo tem que ter as suas regras e os excessos podem custar caro, como está a acontecer agora. A construção de estádios de futebol para satisfazer vaidades e criar um cenário de grandeza e glória, que se sabia ser efémera, é talvez o maior exemplo de dinheiro mal aplicado e um investimento difícil de compreender, se tivermos em conta que a finalidade primária de alguns desses estádios era, apenas, a de nele se efectuarem três ou quatro jogos.

Agora querem fazer passar a ideia de que não é possível para as novas gerações virem a ter a sua própria casa e que o arrendamento terá de ser o caminho a seguir. É evidente que serão as classes mais desfavorecidas que, devido a não poderem recorrer ao crédito para habitação, se verão obrigadas a estar toda a vida confinadas a uma casa arrendada.

O crédito à habitação tem permitido que muitos portugueses possam viver em casa própria, pretendendo-se agora que passem a pagar renda por um tecto que nunca será seu, renda que será equivalente à prestação mensal de um empréstimo que lhes permitiria ter a sua própria casa.

Uma das justificações para esse novo caminho é, no mínimo, absurda. Comparam Portugal a outros países da Europa, dizendo que nós somos o país onde há uma maior percentagem de pessoas com casa própria e que isso é insustentável, querendo fazer criar a ilusão de que somos um povo generalizadamente privilegiado.

Enfim, ter casa própria vai ser cada vez mais difícil, mas nunca poderá ser considerada uma tarefa impossível se cada um a projectar à medida das suas necessidades, mas também atendendo às suas possibilidades presentes e futuras.

Depois de já ter escrito dois artigos sobre “construir a própria casa” baseados na minha própria experiência, venho falar agora sobre o levantamento de paredes, esperando ser útil, sem no entanto querer ensinar ninguém (quem sou eu para isso); apenas pretendo dizer que com vontade e muito trabalho o sonho é possível.

Actualmente, o levantamento das paredes de uma casa é feito quando toda a estrutura que a suporta já está parcial ou até totalmente construída. Assim, procede-se ao assentamento dos tijolos ou blocos, encostando-os aos pilares ou vigas, contrariamente ao que era feito há alguns anos atrás quando, após a construção das fundações e da cinta de ligação com a armação dos pilares erguida, se procedia ao levantamento das paredes e só após isso se betonavam os pilares e depois se fazia a cofragem para as vigas onde iria assentar o piso de material cerâmico e vigas pré-esforçadas.

Não me compete analisar qual o melhor sistema em termos de segurança, mas em termos de facilitação do trabalho não tenho dúvidas de que as cofragens feitas já com as paredes levantadas tinham vantagem não só na menor quantidade de madeira que era necessária mas também na mão-de-obra. E, mesmo em termos de segurança e qualidade da construção acho que também seria preferível, uma vez que a massa dos pilares penetrava no interior dos tijolos que ficavam junto a estes e as vigas assentavam plenamente em cima das paredes, ficando todo o conjunto com uma boa ligação, o que impedia que surgissem fendas nas paredes, como muitas vezes acontece.

Claro que agora usam-se outros métodos; as madeiras que se utilizavam nas cofragens foram, entretanto, parcialmente substituídas por outros materiais (um dos motivos porque muitas pequenas empresas de serração, foram abandonadas ou desapareceram completamente), mas eu continuo a achar que numa construção pequena e onde se pretenda economizar o mais possível, sem pôr em causa a qualidade nem a segurança da habitação, o método que se usava antigamente era com certeza melhor, falando em termos de construção da própria casa, ou seja, fazendo nós o trabalho por mão própria ou por administração directa.

Os tijolos que utilizei na minha casa passaram-me pelas mãos várias vezes, pois tinha de os descarregar do tractor agrícola ou da furgoneta que os transportava desde a cerâmica, visto os acessos não permitirem a passagem de camiões; depois tinha de os colocar junto às paredes, antes de proceder ao seu assentamento, pois como já disse noutros artigos era simultaneamente o patrão, o pedreiro e o servente, isto para não dizer que já os conhecia, pois certamente muitos deles foram cozidos sob a minha vigilância, porque na altura trabalhava no forno da cerâmica onde foram adquiridos.

Comecei a levantar as paredes exteriores deixando o espaço para os pilares (cerca de 30 cm.) onde já estava erguida a respectiva armação em ferro. Estas paredes, construídas de forma dupla com tijolos de 30x20x11, ficaram com uma caixa-de-ar de 8 cm. Comecei por levantar primeiro a parede do lado de dentro, até à altura em que era possível fazê-lo do chão, sem necessidade de andaimes. De notar que nos locais que coincidiam com parede interiores, deixava já fiada sim, fiada não, um tijolo embutido, que ficava a fazer parte dessa parede interior, o que evitava que mais tarde tivesse que fazer buracos para o travamento da parede. Depois de ter atingido nas duas paredes, a altura a partir da qual era necessária a montagem de andaimes, executei esse trabalho tendo feito a sua armação com toros de acácia e eucalipto, procurando rodear toda a casa com a estrutura dos andaimes, mudando depois os tabiques de uns lados para outros, conforme as necessidades, visto não os ter em número suficiente para toda a casa.

O trabalho nesta altura tornou-se muito mais moroso, pois, como é evidente, o trabalho feito em terra firme é, para além de mais fácil e mais seguro, também mais rentável, mesmo tratando-se de uma pequena habitação de um só piso, como era o caso.

Para evitar ter de andar constantemente a subir e descer, abastecia os andaimes com uma razoável quantidade de tijolos e argamassa, mas isso também dentro de um certo limite por questões de segurança, devido ao peso do material.

Um dos cuidados a ter, para além de um bom travamento dos tijolos, é a de que as paredes fiquem bem alinhadas e aprumadas, sendo para isso estendida uma linha, que tem de ser presa aos topos das paredes. Normalmente assentam-se um ou mais tijolos no inicio e fim das paredes aprumando-os sempre pelos tijolos do fundo, prendendo-se depois as linhas nesses tijolos, mas durante o meu percurso profissional na construção civil, utilizei e vi utilizar outros métodos, como colocar um barrote ou uma tábua no topos da parede, devidamente aprumados com pregos para prender e esticar os fios e ainda assentar e aprumar uma série de tijolos nos topos fazendo uma espécie de escada que depois serviam para alinhar a parede. Uma parede bem alinhada e aprumada facilita depois o trabalho de reboco evitando a colocação de grandes quantidades de massa em alguns pontos das paredes para as endireitar. As ombreiras das portas e janelas convêm que fiquem também aprumadas, pelo mesmo motivo.

Nesta construção a betonagem dos pilares é feita já com as paredes levantadas.
As caixas onde irão enrolar os estores, quando é o caso, que agora já são adquiridas prontas a colocar no sítio, sem necessidade de as fabricar na obra, foram na altura da construção da minha casa ainda feitas no local, mas eram de fácil execução; tratava-se de fazer apenas uns moldes com ripas ou tábuas que se colocavam no chão, num local plano, fazendo-se uma armadura com ferro de 6 ou 8 mm. e se enchiam com argamassa composta de cimento, areia do rio e brita miúda, ou só com cimento e areia. As suas dimensões eram a largura da janela mais cerca de 30cm para os apoiosx30x3cm. Numa peça de cada par deixava-se já um buraco a alguns centímetros do canto superior direito que se destinava à colocaçãpo de um taco de madeira para aplicação da peça por onde saía a fita dos estores. Estas peças destinavam-se à parte de dentro da janela. Como se tratava de duas peças separadas, ao contrário das caixas agora fabricadas, tornava-se um pouco difícil a sua colocação que tinha de ficar com o lado direito com mais entrega na parede devido à peça de enrolamento dos estores, que normalmente, mas não obrigatoriamente, funciona desse lado.

Depois das paredes exteriores prontas, procedi ao levantamento das divisórias interiores, utilizando tijolos com a mesma medida, mas em paredes simples, Nos locais onde essas paredes interiores encostavam às exteriores já lá estava, como já falei, o tal tijolo embutido que, para além de servir de guia, tinha a vantagem de não ter que furar a parede apara fazer o travamento, o que teria de fazer se não tivesse procedido assim, pois como já disse e repito, nas paredes bem ligadas há sempre uma menor probabilidade de surgirem fendas.

Depois de concluídas as paredes, chegou a altura de fazer a cofragem para a cinta ou vigas onde iria assentar o piso, trabalho relativamente fácil uma vez que o fundo dessa cinta era o cimo das paredes que assim ficavam coladas ao betão, o que não aconteceria se as paredes fossem construídas já com as vigas feitas. É por isso que ainda hoje continuo a acreditar que este método é mais vantajoso não só em termos económicos mas também em termos de unificação de toda a obra, uma vez que todo o conjunto fica com uma ligação mais perfeita, pelo menos é a minha opinião, sem prejuízo de outras melhores que poderão existir.

Para fazer esta cofragem utilizei tábuas de cerca de 20 cm de largura, já ligadas a par por tarugos (pedaços de ripa) com 30cm., que depois colocava em cima das paredes. Utilizava esse método para conseguir fazer o trabalho sem ajuda. Dado que se tratava de um prédio de apenas um piso, achei suficiente fazer uma cinta com cerca de 15 cm de altura com uma armação em ferro composta por duas barras de 10 mm. com travessas espaçadas em cerca de 30 cm de ferro de 6mm. Claro que depois a betonagem dessa cinta foi feita aos poucos, mas preocupei-me sempre em que nos sítios onde era feita a interrupção do trabalho houvesse depois uma boa ligação do betão, terminando a viga em cunha e depois, ao reiniciar o trabalho, molhava esse local com uma calda de água e cimento para favorecer a ligação. Deste modo toda a estrutura do prédio ficou bem ligada entre si, o que certamente contribuiu para que depois de mais de 30 anos, não existam praticamente fendas nas paredes nem nos tectos.

Alguns conselhos para a boa construção de paredes, baseados na minha experiência não só na construção da minha casa, mas também no meu percurso profissional na construção civil:

- Aprumar bem os tijolos onde se vão prender as linhas de orientação. Estes fios ou linhas deverão ser bem esticados e os tijolos que se vão assentando não a podem forçar, devendo por isso ficar afastados da linha um ou dois mm. Em fiadas muito compridas convém prender a linha pelo menos a cada dez metros.

- Em dias de muito vento não é aconselhável levantar muitas fiadas numa só parede, especialmente se for feita com tijolo muito estreito e se não estiver segura nas pontas, pois pode entortar ou até cair.

- Para uma melhor aderência da massa ao tijolo pode ser uma boa ideia ir molhando a fiada de tijolos já assente, pois assim os tijolos irão puxar menos pela massa neles espalhada o que facilita o trabalho e favorece a qualidade do mesmo.

- A massa para o assentamento convém que seja feita com areia lavada e terá que ser bem amassada e não muito rija, especialmente se o tijolo estiver seco. Na construção da minha casa fazia a massa empregando quatro partes de areia para uma de cimento.

- Em paredes destinadas a serem rebocadas não há qualquer vantagem em estar a alisar as juntas ou a tapar pequenos buracos nas juntas ou nos tijolos. Será uma pura perda de tempo e, antes pelo contrário, as asperezas nas juntas e pequenos buracos fazem com que o reboco até fique melhor agarrado às paredes, bastando raspar ligeiramente a massa que transborda das juntas.

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Este é o quarto artigo que escrevo sobre “construir a própria casa”. Como também já referi nos artigos anteriores, estes escritos não são para ensinar ninguém a fazer uma casa, mas apenas para ajudar ou, porque não, até para incentivar aqueles leitores que, tal como eu, fazem do dia-a-dia uma luta diária pela sobrevivência e, por isso, todos os cêntimos contam...  Ler mais


Rebocar paredes e tectos manualmente é um trabalho que exige alguma perícia, não só para que possa atingir o grau de perfeição adequado ao fim a que se destina, mas também para que se obtenha rendimento na sua execução.
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PROGRAMA NOVAS OPORTUNIDADES EM RISCO

Passos pedirá auditoria a «escândalo» das Novas Oportunidades

O programa Novas Oportunidades mereceu as críticas do líder do PSD, que considera que nos moldes actuais é um «escândalo», garantindo que vai reformulá-lo para que sirva os objectivos a que se propõe.

«Vamos pedir uma auditoria externa ao programa Novas Oportunidades e deveremos reformulá-lo de modo a que ele possa servir realmente aqueles que precisam de uma segunda oportunidade», avançou Passos Coelho.

O líder «laranja» disse não discordar da ideia de dar «uma segunda ou terceira oportunidade», mas salientou que o programa tem sido desenvolvido como «um escândalo» e que não é sustentável «uma mega encenação paga a peso de ouro».

«Foi uma mega produção que mais não fez do que estar a atribuir um crédito e uma credenciação à ignorância e isso não serve a ninguém», disse.

OS MEUS NAVIOS

Quando, há cinco ou seis anos atrás, iniciei as minhas aprendizagens com as novas tecnologias de informação e comunicação e, perante a imensa vastidão de coisas novas que tinha pela frente, tão diferentes daquilo a que estava habituado, estava longe de imaginar que poderia vir a ter um blogue na Internet, pois até as coisas mais simples me pareciam enigmas complicados.

Quando se inicia um novo projecto surgem sempre muitas dificuldades que, com o correr do tempo e com persistência, se vão vencendo e aquilo que parece irrealizável acaba por estar perfeitamente ao nosso alcance.

Gerador Eólico com Dínamo de Bicicleta

No seguimento do meu artigo anterior “Cata-Vento com Dínamo de Bicicleta”, apresento aqui um pequeno vídeo com a engenhoca a funcionar e a produzir energia, pois, mesmo com o vento fraco, deu para acender uma lâmpada de 14V 6W, o que me dá esperança de, talvez, conseguir carregar uma pequena bateria. Apliquei provisoriamente um farol na máquina só para ter a certeza que o dínamo funciona e era possível acender a lâmpada.

BTT NA SERRA DA LOUSÃ

Quando, há quarenta e cinco anos atrás, adquiri a minha primeira bicicleta (uma velhinha pasteleira em segunda mão), este era o transporte utilizado pela maioria das pessoas, só ultrapassado por aqueles que utilizavam simplesmente as pernas para se deslocarem. Nesse tempo, a bicicleta era utilizada também no exercício de algumas profissões como carteiros, padeiros, GNR etc. Depois com a proliferação das motorizadas e mais tarde dos automóveis, foi perdendo importância como veículo de transporte, passando gradualmente a ser utilizada, principalmente, como equipamento de desporto e lazer. Hoje, salvo raras excepções, já ninguém a utiliza para fazer deslocações para o trabalho, nem que esse trabalho fique a poucos quilómetros de distância ou mesmo a apenas alguns metros e muito menos em deslocações profissionais.

Os Moinhos de Vento de Miranda do Corvo

Não sei quantos moinhos de vento é que existiram no concelho de Miranda do Corvo. Lembro-me apenas de um que se encontrava num monte à saída da povoação de Lamas, mas de que agora já não existe qualquer vestígio. Era um moinho de vento de tipo giratório, com corpo em madeira, e não muito longe dali, perto da povoação de Monforte, conheci mais dois, estes já em território da freguesia de Almalaguês, concelho de Coimbra. Um desses moinhos foi adquirido Pela Fundação ADFP e encontra-se agora no complexo Turístico da Quinta da Paiva.

O "moinho" dos Moinhos.

Recordações de Abril

O grupo de jovens que organizou a comemoração, cantando o Hino Nacional.
Realizou-se no passado dia 29 de Abril, no auditório da Escola José Falcão em Miranda do Corvo, o evento comemorativo dos 37 anos da Revolução de Abril, organizado por uma turma do 12º ano. Estiveram presentes, como convidados especiais o General Augusto Monteiro Valente, capitão de Abril, e Odete Santos, uma conhecida combatente anti-fascista.