Neve em Miranda do Corvo

A vila de Miranda do Corvo acordou hoje completamente coberta de neve. Durante a madrugada e início da manhã nevou em abundância e os mais madrugadores ainda puderam assistir ao maravilhoso cenário da neve caindo de forma serena, que se foi acumulando, chegando a atingir 20 cm de altura e cujo manto alvo se manteve durante algumas horas, tendo apenas desaparecido durante a tarde.

Esta poderia ter sido uma notícia transmitida por um jornal ou rádio locais não hoje, mas… há 30 anos atrás, quando, em Fevereiro de 1983, caiu no concelho e na região o maior nevão de que há memória.

Não possuímos qualquer registo fotográfico desse acontecimento (ver final do post) e também não encontrámos na Internet nenhuma imagem de Miranda que fosse captada nesse dia. É possível que elas existam, embora não seja muito provável, pois nessa altura ainda não existia a técnica das imagens digitais, nem a facilidade com que hoje se tiram e partilham fotos, ficando estas disponíveis para visualização de todos os que utilizam computadores e este meio de interação que revolucionou a forma de comunicar. As máquinas eram de rolo e para fazer a revelação das fotos era preciso uma pequena fortuna…

Construir uma roda de água para produzir energia

Roda para elevação de água instalada num ribeiro,
construída em metal.
As rodas de água ou noras de corrente são sistemas antigos, utilizados para elevar a água de rios ou canais de rega. Estas noras não necessitam de qualquer esforço humano ou animal para se movimentarem, pois são impulsionadas pela força da corrente que é aplicada às pás que têm entre cada alcatruz (recipiente metálico ou cerâmico que transporta a água). Desde que exista água com corrente suficiente para a mover pode trabalhar vinte e quatro horas por dia. Normalmente, a água que elevam segue através de tubos ou caleiras para grandes tanques situados numa cota superior aos terrenos destinados a irrigação sendo depois a água distribuída pelas culturas, por gravidade.

Mas estes sistemas, tal como os engenhos que existiam aos milhares aplicados em poços de propriedade rurais, movidos por animais de trabalho, entraram em desuso e foram sendo substituídos pelas bombas eletricas ou movidas por motores de explosão (os vulgarmente chamados motores de rega) e hoje já são poucas as rodas de água que se vêm em funcionamento.

Fotos de Miranda dos anos 70



Nesta foto vê-se claramente a igreja, a antiga fábrica de rolhas e uma automotora que passava na  linha de caminho de ferro. Naquela altura ainda não havia prédios de apartamentos construídos e a zona parece bastante desértica. Em contrapartida existiam muitas indústrias e, para além da fábrica de rolhas ainda se consegue avistar a chaminé da Cerâmica Mirandense de António Simões & Filhos, na Ribeira, e também os terrenos onde estava instalada a serração de José Costa dos Santos, que ficava junto à linha.

Relvados

Não sou jardineiro, nem sequer tenho qualquer formação ou alguma vez aprendi a arte da jardinagem, então… por que motivo é que venho aqui falar de relvados?

O motivo é simples e tem como suporte, tal como na maioria dos artigos que escrevo, as experiências e aprendizagens ao longo da vida, ou como eu gosto de dizer: na “Escola da Vida”.

Poderia fazer um artigo muito bonito, com tópicos sobre os modos de preparar o terreno, escolher as sementes apropriadas, montar um sistema de rega, etc. e tal…, mas para quê, se para isso teria que ir buscar noutros sites as informações necessárias e acabaria por transmitir apenas conhecimentos teóricos? A verdade é que para se obterem conhecimentos práticos, só praticando… perdoem-me a redundância…

O relvado, no início.

Sociedade "Metro Dueça" no Carnaval


Aproveitando a recente colocação de mastros e velas no barco “João Persiana”, resolvi fazer uma pequena brincadeira para apresentar no Carnaval de Miranda do Corvo. Tratou-se de uma pequena sátira ao Metro Mondego, cujas obras estão há vários meses paradas, estando a população privado do antigo meio de transporte ferroviário que circulava entre Serpins e Coimbra.

Infelizmente, devido à chuva, o desfile de Carnaval, resumia-se a poucas dezenas de foliões; parece que houve um adiamento para uma data que ultrapassa o período em que, normalmente ele é festejado. Mesmo assim, apesar do fracasso do evento, aqui ficam algumas imagens do “João Persiana” na pele de “Metro Dueça”.


Velas para o "João Persiana"


Um dos meus projetos caseiros, o barco “João Persiana” tem um novo visual. Foi equipado com duas velas, uma quadrada e outra triangular, estando agora apto a fazer navegação movido pela força dos ventos.

Esta afirmação encerra apenas uma vontade e a finalidade das velas é sobretudo decorativa, porque não tenho possibilidade de deslocar o barco para águas onde ele possa funcionar em pleno, dessa forma, mas nunca se sabe…

CONSTRUIR A PRÓPRIA CASA - Construção de paredes, tijolos e isolamento térmico

Os materiais utilizados na construção de edifícios têm estado em constante evolução. As paredes não fogem à regra e hoje já poucos se lembram da forma como estas eram construídas até meados do século passado. Eu, por acaso, lembro-me bem pois nasci e vivi numa casa que foi construída ainda no século XIX. A largura das paredes exteriores era quase de um metro e tinham sido feitas com pedra assente em barro cru, tendo levado um reboco de cal bastante imperfeito. Em construções pobres ninguém se preocupava com isolamento térmico de qualquer espécie, mas que as casas eram bastante arejadas lá isso eram. Frequentemente os tetos não eram forrados e de noite, quando havia luar, conseguia-se que passasse alguma luz através das frestas das telhas.

Bem, mas no que a paredes diz respeito, o sistema utilizado para as divisórias era bastante curioso: era levantado um pano em tabiques (tábuas com cerca de 4 mm) no qual se pregavam horizontalmente as espaços de cerca de cinco mm, ripas, paus e até canas, que se destinavam a segurar a argamassa com a qual este tipo de paredes era rebocado. Ainda hoje existem muitas casas com paredes construídas dessa forma e, nos aterros onde são vazados restos de obras demolidas, encontram-se com frequência restos desses tabiques com ripas pregadas.