Outono verde

Após as primeiras chuvas de outono, os terrenos
revestiram-se de um tapete verde.
Chegou o outono e com ele vieram também as primeiras chuvas. Depois de um verão muito quente e seco, os terrenos agrícolas estavam completamente ressequidos e só quem tivesse água em abundância poderia lançar-se na plantação de couves ou fazer a sua sementeira de nabos. Quem o fizesse sem ter água arriscava-se a que as sementes desaparecessem, fossem comidas pelas formigas ou, na melhor das hipóteses, esperar que viessem a germinar com as primeiras chuvas.

Atento à previsão do tempo, fiz uma pequena sementeira de nabos na véspera do aparecimento da chuva anunciada pela Meteorologia. A terra estava de tal modo seca que se transformava em pó, ao ser revolvida pelas fresas da motoenxada e originava uma nuvem castanha que se espalhava pelo ar.

Uma semana antes era o castanho que predominava.
Antes de começar o trabalho fiz uma alteração nas lâminas do sistema de fresagem. Tinha sido alertado por um leitor para o facto das lâminas se encontrarem montadas em linha e não em espiral, como seria mais correto para facilitar o trabalho e exigir menos esforço da máquina. As fresas tinham as lâminas novas e tinham-me sido entregues juntamente com a máquina na altura da compra, pelo que estranhei que não viessem montadas da maneira mais correta. Pensei que facilmente resolveria o problema, que seria uma questão de mudar apenas algumas lâminas de posição, mas enganei-me redondamente. As peças tinham um corte lateral para se poderem acomodar no sítio devido e esse corte que tinha sido feito para a posição em que estavam, impedia a sua troca de lugar. Estive tentado a deixar tudo na mesma, mas acabei por decidir fazer com a ajuda de uma rebarbadora, um novo corte em algumas lâminas para permitir que encaixassem numa nova posição ficando, desse modo, com um alinhamento diferente que acreditei, mesmo antes de experimentar, que iria suavizar o trabalho de revolver a terra, dando menos solavancos.

Este pequeno gramado que estava há poucos dias
castanho e quase seco, rejuvenesceu com as
primeiras chuvas de outono.
De facto, confirmou-se a melhoria, no entanto fresar com a terra seca, utilizando uma motoenxada não é uma tarefa muito fácil, assim como também não o seria se a terra estive demasiado encharcada. O meio-termo entre uma coisa e outra é o melhor.

Passados oito dias os nabos estão a nascer como se costuma dizer “sete por um canudo”, ou seja a nascerem bem e vastos.  E como naquele terreno tinham estado anteriormente milho e feijões, ei-los também a nascer em grande quantidade, germinando das sementes que ficaram na terra. É curioso como, por vezes, as sementeiras de feijões e milho falham sendo necessário tornar a semear uma outra ou mais vezes e agora, apenas porque a terra foi revolvida e choveu de seguida, brotam feijoeiros e milheiros da terra aos montes sem terem sido semeados. Claro que essas plantas não vão sobreviver por muito tempo e sucumbirão às primeiras geadas, que não deverão tardar muito e germinaram apenas porque encontraram a terra e o tempo ideal, com chuva e temperaturas amenas.

De facto, o outono tem a sua beleza muito própria e neste início de estação ele tem muitas semelhanças com a primavera, com os campos a abandonarem o seu tom acastanhado e a cobrirem-se de verde. É a altura ideal para se fazerem sementeiras de relvados, pois a relva irá seguramente germinar bem, sem ser necessário andar a fazer regas diárias, pois mesmo que não chova muito, as noites são mais longas e húmidas do que na primavera não secando a terra com tanta facilidade.

E por falar em relvados, o pequeno gramado que tenho na minha chácara e que este verão, devido à ausência de chuva secou completamente, já está de novo viçoso e a começar a reclamar um corte. É essa a grande vantagem da grama sobre a relva propriamente dita: a capacidade de após as primeiras chuvas e em poucos dias se regenerar, ficando novamente verde e com o aspeto vigoroso que lhe é peculiar.


1 comentário:

  1. É impressionante como a natureza se recupera, não?
    ESta um belo gramado amigo e, eu aqui que moro na cidade e sem espaço para um gramado desses, me contento com os vasos. Comprei um pé de limão esses dias e, estou muito feliz! =D
    Ele é pequenino, mas já tem 4 limões bebês e mais de 20 flores nascendo... tão lindo!
    Quando elas abrirem vou tirar fotos ...
    beijinhos

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