É impressionante o número de açudes que outrora foram construídos nos pequenos rios. Há cursos de água onde eles chegam a ser, em média, na ordem de um por quilómetro, ou perto disso. Um açude, que também é conhecido como represa, pode servir para regularizar caudais ou abastecer povoações, mas, nos rios mais pequenos ou ribeiros, eles foram construídos sobretudo com a finalidade de elevar a água, permitindo assim criar uma levada ou um canal por onde, através de uma comporta, se controla a quantidade de água que entra nessa levada e que segue, durante algumas dezenas ou centenas de metros, numa cota um pouco superior ao terreno, o que permite através de portinholas colocadas ao longo da levada fazer sair a água necessária para efetuar regas por gravidade, ou seja, fazer circular a água por regos e pelas culturas.
Projetos e engenhos caseiros sustentáveis - construção civil - agricultura - histórias de vida.
HISTÓRIA DE UMA CASA DE TRONCOS
A casa de troncos de Richard Proennek. |
No artigo deste blogue, construir uma casa de troncos, encontra-se a foto de uma casa, ou cabana de troncos, que tem, por detrás, uma história fascinante. Trata-se da casa de Richard Louis "Dick" Proennek. Este homem foi um amador naturalista que viveu sozinho durante quase trinta anos nas montanhas do Alasca, naquela casa de madeira que ele próprio construiu, perto da costa de Twin Lakes. Eis um pouco da história dessa casa e do homem que a construiu:
DETALHES DA CONSTRUÇÃO DE UM GERADOR EÓLICO COM ALTERNADOR DE AUTOMÓVEL
CONSTRUÇÃO DE UMA POCILGA
O porco adapta-se de tal modo à economia de quem vive em regime de autossuficiência que parece ter sido criado para esse fim. É sem dúvida um omnívoro, come praticamente de tudo, podendo comer e digerir erva. Um porco não se contenta só com erva, mas esta pode ser uma parte substancial da sua ementa. O porco vai, potencialmente, transformar em boa carne tudo o que você cultivar e produzir na sua horta, ou na sua quinta. Dê a um porco qualquer legume ou outro produto e ele irá imediatamente comê-los, transformando-os em poucas horas numa carne famosa e num estrume de primeira qualidade.
Há alguns anos atrás quase todas as famílias que viviam nas zonas rurais criavam um ou dois porcos, que alimentavam com os produtos da sua horta e com os restos da cozinha. Para além dos restos deixados nos pratos que depois eram colocados num balde, a que se chamava o “balde do porco”, aproveitava-se também a água da lavagem dos pratos e dos tachos. Os utensílios de cozinha eram lavados com água quente, sem qualquer detergente, água que depois se ia juntar aos restos do balde. Tudo era aproveitado; naquele tempo ninguém comprava ração para os porcos e a carne, talvez devido aquele tipo de alimentação natural, era indiscutivelmente muito mais saborosa do que aquela que hoje vamos comprar aos supermercados.
Eu também, em tempos, criei porcos num barracão do quintal, mas, em criança, na casa onde vivia, criavam-se porcos no rés-do-chão da habitação. Muita gente fazia isso e nas ruas da aldeia os porcos passeavam livremente e alguns até andavam atrás dos donos, tal como fazem os cães. E não era só os porcos que passeavam nas ruas. Também por lá andavam galinhas, patos e até ovelhas.
Na minha aldeia a criação de porcos caseira, tal como a acabei de descrever, já acabou há muito tempo e hoje quem faz criação desses animais tem outras condições para o fazer e, de qualquer modo, o número de pessoas que ainda pratica essa atividade é agora muito menor.
De qualquer maneira, para quem quiser começar a criar porcos ou para quem já o faça, mas queira melhorar as suas instalações, deixo aqui um exemplo, que inclui uma planta, de como construir uma pocilga.
A pocilga deve abrigar o animal das correntes de ar e ao mesmo tempo fornecer arejamento suficiente para que a instalação não se torne húmida. Esse ponto é importante, pois os animais devem estar bem protegidos da humidade, inimiga mortal da sua saúde. Faça a prevenção, planeando a construção de acordo com a posição do sol, fazendo-o correr de leste para oeste, por cima do compartimento do telhado. Leve também as condições do terreno em consideração: ventos, posição das sombras das árvores vizinhas, humidade e condições para o fornecimento contínuo de água. O modelo que demonstramos representa uma unidade, isto é, dois compartimentos, o mínimo necessário para a instalação de uma pequena criação.
Essa unidade poderá ser feita em uma água (queda do telhado) com duas divisões, ou duas águas com quatro divisões. Caso aumente as instalações é só seguir o modelo dessa unidade, construindo-as geminadas lateralmente ou ao fundo. Observe que os compartimentos sempre dão para um corredor comum com um portão de entrada de um lado e um portão de saída para piquete do outro, a fim de facilitar o trato e o manejo dos animais.
Na época do cruzamento leve a fêmea até ao macho. Cada maternidade pode abrigar até duas fêmeas e os seus filhotes. Os bebés ficam em tempo integral com a mãe, até aos 45 dias. Daí até aos dois meses solte a porca pela manhã no piquete (zona de pasto exterior) e às três horas da tarde recolha-a para outra mamada. Assim os leitões serão desmamados sem sentir. Aos 60 dias junte os lotes de leitões na maternidade coletiva e dê-lhes ração. Entre três e quatro meses deixe-os passar o dia em livre pastoreio e recolha-os à tarde. A partir dos quatro meses eles vão para a ceva (engorda). Dê-lhes vermífugo e deixe-os confinados com ração e alimento no cocho até aos seis meses, altura em que poderão ser abatidos.
Depois de escolhida a posição no terreno e verificadas as medidas, assente o solo e inicie a construção. É sempre aconselhável a assistência de um pedreiro, caso o serviço seja executado por pessoa sem conhecimentos de construção. Coloque no solo pedras ou pedregulhos para formar o contrapiso. Lembre-se de assentar mais profundamente os locais onde se apoiarão as paredes. Assente o piso, regularizando a base do solo com um socador rústico, feito de madeira. Deixe um leve declive em direção à parte descoberta para que a água escorra com facilidade. Você pode também criar esse declive na hora de cimentar o piso.
A primeira parede a ser levantada é a do fundo até uma altura de 2,30m, com comprimento de 4m. Construa as paredes laterais com comprimento de 1,50m, de forma que terminem com a altura de 1,70m, tendo começado na parede do fundo. O declive formado será a queda da água das telhas. Instale as sustentações do telhado de acordo com o peso das telhas utilizadas. Chumbe essas sustentações nas paredes de forma a ficarem bem firmes antes de instalar as telhas. Meça o comprimento total da pocilga e erga o muro central de divisão. Forme o corredor para manutenção com muros distantes 1m, construídos perpendicularmente ao central e com comprimento de 4m. Deixe aberturas de até um metro de largura no primeiro desses muros, que forma o limite da pocilga, para instalação dos portões.
Deixe formada a depressão para a valeta. Ela pode ter a profundidade de até 5cm, desde que seja suficiente para escoar a vazão de água. Caso o declive seja satisfatoriamente acentuado, a valeta não chega a ser necessária, Cuidado para que ao construí-la não tornar muito funda a depressão, o que poderia machucar as patas dos animais. Suavize todos os cantos. Utilize cimento para fazer os cochos para alimentação, com a altura de 0,20m na frente, variando a altura de fundo até 050m. Forme com essa diferença uma cavidade onde será armazenada a comida. É importante não esquecer de chumbar, ainda durante a construção, arames galvanizados em espaços 0,20m, nos comedouros. A abertura dos comedouros, que terá o comprimento desses ferros, poderá ir até 0,50m. Não deixe que o cimento do fundo, ou mesmo de toda a parte interna, seja áspero. Alise o acabamento para que não agarre sujeira ou machuque os animais. Os bebedouros podem seguir a mesma orientação, observando-se que dêem vazão de água suficiente. Se a água for corrente isto será conseguido colocando-se um cano de vazão na parte superior. Assim haverá sempre água armazenada que estará constantemente se renovando. Caso a sua instalação não conte com água corrente, calcule 10 litros diários por animal e não deixe que o reservatório tenha menos que essa capacidade garantida. Dê um acabamento com cimento nas paredes internas, até um metro de altura, para garantir uma boa limpeza. Para instalar as telas de arame nas laterais externas da pocilga, calcule 1,50 de comprimento por 1m de altura, em cada lado. No compartimento que será utilizado como maternidade instale os canos distantes 0,20m ou 0,30m do solo, e 0,20m das paredes.
Referência bibliográfica:
ALZUGARAY, Domingo; ALZUGARAY, Cátia. Copyright Editora Três Ltda. São Paulo, Brasil. VIDA, Um Guia de Auto-Suficiência.
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Este parágrafo parece conter a solução perfeita para uma ajuda à autossuficiência alimentar, mas, infelizmente, o que lá está escrito não é totalmente correto. Eu pensava desse modo antes de me decidir a criar pombos na minha chácara, no entanto, passado algum tempo depois de ter iniciado essa atividade, comecei a verificar que não era bem assim.
Esta foto mostra (mais ou menos) como era o meu pombal que se situava dentro do galinheiro. Junto ao teto que era forrado com esferovite, vê-se a pequena abertura por onde as aves entravam e saíam. |
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL DE UMA PEQUENA CHÁCARA
A pedra de xisto foi um dos materiais mais utilizados nas construções da chácara. |
“Eu chorava porque não tinha sapatos, até que um dia encontrei um homem que não tinha pés”.
Um dia, em criança, li esta frase num livro ou num jornal, disso já não me lembro muito bem, mas as palavras, essas, nunca as esqueci. No meu entendimento elas significam que não adianta estarmos a lamentarmo-nos da nossa pouca sorte, quando existem outros que estão muito pior do que nós. Por isso há que seguir em frente tentando multiplicar o pouco que temos, mas para isso é necessário despirmo-nos de preconceitos e usar um pouco de imaginação.
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