AS FÁBRICAS DE TELHA DE MIRANDA E LOUSÃ

Depois do artigo que escrevemos sobre os antigos fornos da telha do Vale Feijão, voltamos ao assunto, vindo falar agora das cerâmicas de Miranda e também da Lousã que durante algum tempo fabricaram telhas do tipo marselha. Todas elas já encerraram as portas há muitos anos, mas ainda se encontram em alguns telhados peças por elas fabricadas.



Telhas fabricadas em Miranda.




Telhas das Cerâmicas do Arneiro.

Curiosamente encontrámos no telhado de um barracão, com apenas cerca de 20 m2, telhas produzidas por quatro dessas antigas cerâmicas; duas de Miranda e outras duas do concelho da Lousã. Dessas duas fábricas de Miranda, uma era a Cerâmica de Mário Rodrigues, situava-se perto do Carapinhal e ainda se mantêm de pé as suas instalações, embora tenha deixado de funcionar há mais de três décadas. A outra era a Cerâmica Batista e ficava situada perto do local onde foi erguido o Pavilhão Gimnodesportivo Municipal. Dessa já nada resta depois das enormes alterações que aquela zona tem sofrido. Depois da serração de José Costa dos Santos e da fábrica de rolhas, também as velhas instalações desta pequena cerâmica foram engolidas pelo progresso (?) naquela área e para testemunhar a sua existência restam algumas telhas dispersas pelos telhados da região.


Ruínas da antiga cerâmica de J. Galvão.
Também muito perto de Miranda, mas já no concelho da Lousã existiram duas cerâmicas que produziram telhas. Situavam-se no Arneiro e de uma delas, a Cerâmica Lousanense de J. Galvão, ainda se encontram, junto à Estrada Nacional 342, as ruínas de alguns edifícios e também é visível a sua chaminé que ainda se ergue no meio das acácias, mas em estado crítico, estando a desmoronar-se aos poucos. A outra era a Empresa Cerâmica do Arneiro e sobre esta o jornal “Alma Nova” na sua edição de 15 de Fevereiro de 1924, noticiava que: “Foram anteontem iniciadas as obras de construção da fábrica de cerâmica da empresa do Arneiro, Ldª, de que são sócios os nossos amigos srs. José Maria Rodrigues, Manuel Coelho Erse, César Miranda Júnior, Eugénio de Matos Pedroso e João Ferreira.”Também, desta fábrica, encontramos no tal telhado uma telha da sua produção.


Da história da indústria da argila na região ainda há muito a dizer pelo que voltaremos ao tema.




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